sexta-feira, junho 09, 2006

As quotas (!) dos cotas ... (i)legitimados (???)


O absurdo apura-se melhor com o afastamento!
Alguns meses a olhar o país com a distância suficiente de um observador descontraído é como chegar a um novo local de qualquer outro planeta.
Não vale a pena relembrar as peripécias nacionais dos últimos meses para perceber que o circo vai ardendo enquanto (alg)uns nos t(r)ocam a li(b)ra!....
Um apontamento acerca do esforço de quem trabalha e da falta de legitimidade de quem se gaba de ser eleito.
Uma trupe de cotas quer decidir que as mulheres devem ser reconhecidas como elegíveis.
Pois bem, toca a garantir-lhes uns lugarzitos nas listas de amigos para apresentar ao zé votante.
Fica o jardim mais florido e a “democracia” enramalhetada de resto: ... mais nada.
Ou pior: mais gente com lugar garantido de forma não democrática e concorrencial mas apenas formal.
Ou melhor: esses cotas reconhecem aquilo que toda a gente sabe: as listas não são elaboradas tendo em conta o mérito dos candidatos e os interesses dos eleitores mas a repartição do bolo público. Fica por isso enlameada a legitimidade de quem se clama “senhor” só porque alguém votou no(s) menor(es) dos maus como acontece em geral.
Ainda melhor: noutras áreas, que mais parecem ser de bloqueio, sem tais cotas mas de acesso através da competição e avaliação pelo mérito começa a ser necessário pedir “quotas” para Homens.
Tomemos os exemplos do Ensino Superior e das Magistraturas a que se acede mediante concurso e por mérito demonstrado em provas públicas e não em salões de cavaqueira, rodas de comentadores engajados ou circuitos de assessores emplumados.
Nestes casos os Homens já estão em menor número e as mulheres não precisaram de garantir o assentozinho atrás de qualquer cota.
Ou então, como perguntaria o Ascensor ao homem do elevador: “queres que te lave a fronte ou que te assine o ponto?”
O problema já não é a falta de vergonha nem o vício de fazer crer que o capuchinho vermelho é responsável pelas cáries do lobo amigo !
O que é grave é a naturalidade com que certos “quotas” prenhes de legitimidade vão parindo alarvidades ao toque do luxo feito da mediocridade.
O melhor caminho para um futuro radiante: os pais dos alunos votam nos professores e os arguidos dão notas aos juízes.
Bem, também já alguém disse que se o tribunal aTAFalha, acaba-se com ele para não atrapalhar.
É só uma questão de legitimidade ... nem que seja à força da quota de malha única.

(Saliente-se o interessante crescimento de blogos da força silenciosa do descontentamento de quem, ainda, trabalha nos tribunais. Ficará essa marca de um tempo em que muitos para melhor “pedir justiça” se deixam ficar de olhos vendados, acomodados).